A Biblioteca Carioca foi criada por inspiração do professor Afonso Carlos Marques dos Santos, quando diretor do Departamento de Documentação e Informação Cultural da Secretaria Municipal de Cultura, no ano 1986, com o lançamento do livro A era das demolições: habitações populares. Este projeto, responsável pela publicação de 44 livros, foi extinto em 2001, após ter prestado enorme contribuição aos estudos sobre a cidade, enriquecendo sobremaneira a literatura especializada sobre o Rio de Janeiro. Deste acervo bibliográfico constam teses de mestrado e doutorado sobre a história da cidade, um instrumento de pesquisa sobre Aforamentos, dois catálogos das obras de João do Rio e do fotógrafo Augusto Malta, duas obras de ficção, uma obra contendo fotografias sobre os protestos de 1968, além de livros de cronistas que tomaram o Rio de Janeiro como tema ou cenário de suas criações. Cumpre acrescentar que os títulos que compõem esta coleção ou foram premiados no Concurso Carioca de Monografias ou indicados pelo seu Conselho Editorial. Textos disponíveis em formato PDF.
| ||
Diário do Hospício O Cemitério dos Vivos | ||
Este livro reúne duas obras tocantes de Lima Barreto: Diário do Hospício, no qual o autor combina memória e reflexão acerca da vida em um manicômio no qual ficou internado por dois meses, sendo uma escritura autobiográfica; O Cemitério dos Vivos, projeto inacabado de romance, que foi idealizado no período de sua permanência no hospício, constituindo uma ficção. Em seus textos, sobressai a necessidade de entender o enigma da vida humana. Lima Barreto nos apresenta um forte cenário, no qual se desenrola o "espetáculo da loucura", reafirmando um talento prodigioso e tornando a obra um relato inesquecível
| ||
A Mulher e os Espelhos | ||
Reunião de várias narrativas cujo tema central é a mulher. Somando esse tema instigante ao talento de João do Rio temos uma obra fascinante, na qual o autor apresenta várias mulheres, sem a intenção de desvendálas, pois mostra que é impossível entendê-las. O Rio é o cenário para os dramas de amor, os encontros furtivos, e desenvolvimento de fatos que trabalham com as questões da fidelidade, sedução, paixão, conformidade, desigualdade social, violência e exploração. Enfim, mais uma obra-prima de João do Rio.
| ||
Aforamentos: Inventário Sumário | ||
Trabalho produzido pela equipe do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. Trata-se de um instrumento de pesquisa que facilita o acesso às informações referentes à ocupação do solo urbano desde o século XVIII. Nessa documentação, munícipes e pesquisadores em geral encontram material necessário para prova de direitos e recuperação de dados sobre a história da cidade, sendo de grande importância para a democratização do acesso ao acervo, devido ao caráter probatório e informativo do seu conteúdo.
| ||
A Era das Demolições: Habitações Populares | ||
Obra dupla, compreendendo textos de autoria de Oswaldo Porto Rocha e Lia de Aquino Carvalho, ambos fruto da dissertação de mestrado em História na Universidade Federal Fluminense, que apresentam uma reflexão sobre o surgimento do problema habitacional no Rio de Janeiro nos fins do século XIX e início do XX: suas ligações com a industrialização, o movimento operário, a ascensão da burguesia, o fim do trabalho escravo e as correntes migratórias. Os autores enfocam o problema das habitações populares como uma questão social, um indicador de transformações urbanas geradas por mudanças mais amplas no âmbito das relações de produção, resultado da exigência da indústria capitalista.
| ||
O Bom-Crioulo | ||
Obra do final do século XIX marcada pela ousadia do autor por tratar de um tema tão delicado para a época, a questão das minorias sexuais. O autor explora a influência da escravidão no comportamento dos indivíduos, particularmente num momento em que o chicote do capataz é substituído pela chibata do mestre. Continua-se em uma ordem que gera a força e combinaa, transmutando-a em passividade. Nesse mundo quebrado, rachado lá no fundo, em conflito consigo mesmo é que o heroísmo e o garbo de uma Marinha sempre vista como "elite" são postos a nu por Adolfo Caminha, com a crueza do Naturalismo então em voga.
| ||
A Cidade Mulher | ||
Em prosa musical, Alvaro Moreyra revela verdadeiros cantos de amor às pessoas e à natureza em suas várias formas. Em suas crônicas, a cidade do Rio de Janeiro é "a mais mulher das mulheres", uma cidade fascinante, bela e misteriosa e que ele quer desvendar. Não esquece das pessoas que despertaram seu interesse ou o impressionaram, famosas ou não, relatando histórias que "de tão verdadeiras parecem inventadas". Nesta obra você lê o Rio através de pequenos textos e poesia. Quanto ao título, este diálogo responde: "Mulher? Por quê? Não compreendo? ? Por isso mesmo...".
| ||
A Alma Encantadora das Ruas | ||
Mais uma vez João do Rio demonstra em poesia o seu amor pelo Rio. Um amor que enxerga a "beleza e as misérias juntas, num Rio complexo, de ruas personificadas, fontes de material inesgotável aos que nelas debruçam, observam, refletem e conseguem revelar tão bem as desigualdades existentes sob o mesmo e incrível céu". O autor convida o leitor a passear pelos caminhos descritos em sua obra e a testemunhar, através de pequenas narrativas, várias cenas, muitas vezes despercebidas por nós, do cotidiano da gente que compõe este cenário.
| ||
Rio de Janeiro: Cidade e Região | ||
Esta obra reúne ensaios publicados isoladamente nas décadas de 50 e 60 e, desde então, quase inacessíveis ao leitor, porque esgotados. São verdadeiros clássicos da Geografia no Brasil. Ao focalizar as origens da cidade do Rio de Janeiro, sua posição geográfica, a expansão do seu espaço urbano e a caracterização dos seus bairros e subúrbios, as autoras Lysia Bernardes e Maria Therezinha de Segadas Soares trazem ao debate o próprio processo de estruturação do espaço na metrópole carioca e suas relações com a região circunvizinha.
| ||
Natureza e Sociedade no Rio de Janeiro | ||
Trata-se de uma coletânea organizada por Maurício de Almeida Abreu reunindo trabalhos de dez especialistas que, sob diferentes perspectivas, vêm reafirmar a importância da temática ambiental na Geografia, apresentando relevante contribuição às discussões suscitadas no âmbito da Segunda Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Os estudos refletem criticamente sobre a relação entre o homem e a natureza na cidade do Rio de Janeiro, embora diferenciados quanto à escala de análise e à forma de abordagem. (PDF indisponível)
| ||
Mistérios do Rio | ||
Reunião de textos escritos por Benjamim Costallat para o Jornal do Brasil. Sua linguagem é polida, com frases curtas, que aludem a fatos por vezes escabrosos. O autor revela um Rio de Janeiro cosmopolita, invadido por modismos franceses, onde o brilho e o luxo encobrem a miséria moral. Percorrendo diversos ambientes, do subúrbio à avenida Atlântica, o autor relata de um lado o movimento da noite, o dinheiro e a busca do prazer, e do outro as vidas apagadas, a impiedade e a injustiça que prevalecem entre os menos favorecidos. Constitui, portanto, uma panorâmica que vai do submundo, por onde circulam tantas vidas, a toda a escala social, ora vigorando a pobreza indigna, ora o luxo degradante.
| ||
O Rio de Janeiro da Pacificação | ||
Conjunto de seis capítulos, nos quais o autor, Paulo Knauss, aborda o episódio da França Antártica e a afirmação do domínio colonial lusitano na América. Mostra como a tentativa de ocupação francesa gera a reação militar dos portugueses que resulta na fundação da atual cidade do Rio de Janeiro; apresenta um enquadramento do cenário histórico em torno da expansão marítima e comercial e dos personagens envolvidos, especialmente portugueses, franceses e índios tupinambás; busca evidenciar os processos guerreiros empreendidos pela ação estatal, legitimados pela construção de ideais pacificadores.
| ||
As Tropas da Moderação | ||
Esta obra caracteriza o surto de comércio de abastecimento ocorrido no Brasil, à época da Independência, retratando, ao lado disso, o universo social do tropeiro. Alcir Lenharo investiga a importância que os interesses regionais assumiram na conjuntura política da primeira metade do século XIX, relacionando os interesses sociais envolvidos em torno do comércio de abastecimento, o seu papel político na construção do Estado Nacional no Brasil e revelando o caráter dinâmico da economia mercantil de subsistência no país.
| ||
Bambambã! | ||
Orestes Barbosa destaca-se como cronista das misérias e delícias cariocas. Nesta obra, ele focaliza os baixos estratos sociais, nos limites da prisão, relatando por meio de gírias cariocas uma paisagem humana que se encontra pelas ruas e esquinas do Rio de Janeiro. O autor, carioquíssimo nos seus textos, nos permite vasculhar a cidade do Rio de Janeiro e seus habitantes, buscando as raízes do povo carioca e a emoção verdadeira que brota dos dramas anônimos. (PDF indisponível)
| ||
O Carnaval das Letras | ||
Leonardo Affonso de Miranda Pereira inova ao utilizar uma série de crônicas literárias como fonte, para falar sobre o carnaval do Rio de Janeiro. É um livro escrito em prosa clara e elegante, concebido com muita imaginação teórica e metodológica. Os textos de época são tomados como intervenções políticas e culturais, constitutivas de realidades e situações específicas, e não como "discursos", "representações", "imaginário" etc. Este livro ganhou o Prêmio Carioca de Monografia de 1993, pois demonstrou de forma surpreendente a relação da elite do século XIX com a maior festa popular da cidade. (PDF indisponível)
| ||
Panela Vazia: O cotidiano carioca e o fornecimento de gêneros alimentícios (1945/1950) | ||
Alberto Gawryszewski discute, nesta obra, a crise das condições de acesso aos alimentos, analisando a participação do Estado na formulação de políticas salariais, controle, distribuição, fiscalização e venda no atacado e varejo da produção agropecuária no governo Dutra, na cidade do Rio de Janeiro. O autor ainda analisa a postura do Estado diante das reivindicações da população na luta pelos seus direitos de cidadãos. (PDF indisponível)
| ||
A Indústria do Rio de Janeiro Através de suas Sociedades Anônimas | ||
Este é um estudo de história econômica do Rio de Janeiro, no qual Maria Bárbara Levy aborda as principais questões controvertidas da interpretação do processo de industrialização no Brasil, do século XIX à década de 1940. Usando um ponto de vista global, distinguindo o regional e usando um ângulo de observação novo, o das sociedades anônimas, a autora nos leva a visualizar a interrelação dos setores estudados antes isoladamente na historiografia nacional.
| ||
Meios de Transporte no Rio de Janeiro | ||
Esta obra de Noronha Santos, publicada em 2 volumes, é uma valiosa fonte de consulta para os estudiosos do desenvolvimento urbano da cidade do Rio de Janeiro, no que diz respeito à história e à legislação dos transportes. Neste livro, o autor apresenta, através de minuciosas descrições, os meios de locomoção do período colonial, que vão desde os carros de bois, liteiras, palanquins, até às primeiras estradas de ferro. O luxo da Corte e dos fidalgos reflete-se, também, em seus meios de transporte. Enriquecendo o texto, encontramos depoimentos e relatos de casos e uma cuidadosa pesquisa através de dados numéricos. (PDF indisponível)
| ||
Floresta da Tijuca: Natureza e Civilização | ||
A personagem histórica deste livro é a natureza – a Floresta da Tijuca – articulando o estudo do meio ambiente com a história social da cultura. Através de relatos do trabalho de reflorestamento da região, criação de instituições destinadas a tratar de questões ligadas à natureza no Império, Claudia Heynemmam busca os significados da Floresta da Tijuca para a sociedade imperial e de que forma o discurso sobre a natureza emerge e se desenvolve no seio da administração centralizadora do Império.(PDF indisponível)
| ||
Os Transportes Coletivos na Cidade do Rio de Janeiro | ||
Maria Lais Pereira da Silva analisa a evolução do sistema de transporte de massa no Rio de Janeiro, demonstrando que seu desenvolvimento – e consequentemente a influência sobre a cidade e a organização de seu espaço urbano – deriva de tensões e conflitos existentes na relação entre o Estado, as diversas unidades do capital privado e os usuários. Numa perspectiva inteiramente inovadora, são apresentadas as contradições e disputas que cercaram o controle e a administração dos transportes coletivos, tanto os vitoriosos quanto os derrotados.
| ||
O Encontro entre Bandeira e Sinhô | ||
André Gardel mostra neste livro o papel que exercem os artistas, os intelectuais do Rio de Janeiro na costura de uma cidade que resiste às divisões, que se quer plural, mas una. Desse modo, os dois representantes da arte produzida na cidade, no início da República, o erudito modernista e o compositor popular, atravessam os espaços poéticos ou os recantos proibidos da mesma Lapa, do mesmo centro da cidade, do Mangue, e dessa forma o cotidiano do Rio de Janeiro se inscreve no universo da arte tida como popular ou considerada de elite.
| ||
Sebastianópolis | ||
Coletânea de textos integrais de Adelino Magalhães. O autor devassa as cenas do cotidiano carioca por meio de narrativas que rompem com as formas tradicionais de expressão estética e com a linguagem convencional. Eis a sua estrutura, estilo e temática: prosa fragmentária, monólogo interior, fluxo de consciência, delírio, polifonia caótica; alto índice de invenções verbais (neologismos, estilo telegráfico, registros da língua popular); flagrantes que ressaltam os instintos e sofrimentos rudes - mórbido erotismo, simpatia pelos injustiçados, reivindicação social, a vida nos bairros, as inesquecíveis figuras dos morros da cidade, as festas em Quintais, as chácaras, bondes, cafés...
| ||
A Negregada Instituição: Os Capoeiras no Rio de Janeiro | ||
Eugênio Líbano Soares nos fala sobre a história da escravidão negra no Brasil, buscando um enfoque mais fértil da resistência escrava como um mecanismo heterogêneo, matizado pela dinâmica cultural, uma realidade complexa e difusa. Juntamente com as prostitutas, malandros e boêmios, os capoeiras faziam parte de buliçosa fauna das ruas. Causavam medo por onde passavam, às vezes portando facas e navalhas, na disputa por zonas de influências. O autor enfoca a participação dos capoeiras na vida político-eleitoral e conseqüente repressão do regime republicano à chamada "negregada instituição". (PDF indisponível)
| ||
Tia Ciata e a Pequena África no Rio de Janeiro | ||
Roberto Moura focaliza um Rio de Janeiro subalterno, eventualmente marginal, indefinido, a partir da virada do século XIX para o XX. Ao lado da história de Tia Ciata e a diáspora baiana no Rio, desvenda esta cidade em contrapartida àquela que se civiliza, redefinida pela reforma de Pereira Passos. O autor mostra como a colônia baiana se impõe no mundo carioca, através de líderes vindos do candomblé e dos festeiros. Assim, definida por uma densa experiência sociocultural, quase sempre omitida pelos meios de informação da época, sedimenta-se uma verdadeira cultura popular carioca, fundamental na redefinição do Rio de Janeiro e na formação de sua personalidade moderna. (PDF indisponível)
| ||
Heréticos e Impuros: A Inquisição e os Cristãos-Novos no Rio de Janeiro | ||
A Inquisição é o tema deste livro, que busca ressaltar a ação do Tribunal do Santo Ofício sobre suas principais vítimas, os cristãos-novos, os quais, desde o início da colonização, buscaram reconstruir suas vidas no Brasil. Lina Gorestein Ferreira da Silva estuda uma família, os Barros, através de processos inquisitoriais que permitem desvendar, por meio das denúncias, confissões, contraditas e inquéritos oficiais, um pouco do cotidiano dos cristãos-novos no Rio de Janeiro.
| ||
Horto de Mágoas | ||
Livro de contos cuja primeira e única edição data de 1914. Faz parte da vertente literária, muitas vezes ignorada por não dar ênfase ao nacionalismo e à história – o Simbolismo. A visualidade tem força nos contos de Gonzaga Duque, sempre com um olhar que passa pela memória, pela imaginação, uma procura nostálgica de alguma situação já vivida e apenas lembrada. Para os simbolistas, a razão é insuficiente, procurando devolver o sentido misterioso da existência, num mundo que a razão moderna dessacralizou. Assim, estes contos são uma recusa ao trivial com que trabalha o senso comum, perseguem o enigma e o sonho, guiados pela imaginação.
| ||
A Pátria que Quisera ter era Um Mito: O Rio de Janeiro e a Militância Literária de Lima Barreto | ||
Esta obra resgata e analisa a militância política de Lima Barreto na imprensa do Rio de Janeiro, durante a Primeira República, através dos seus artigos e crônicas publicados em diversos jornais e revistas. Denilson Botelho revela uma imagem da República bem diferente daquela cristalizada pelaBelle Époque carioca, uma imagem urdida nos escritos produzidos sob o calor dos acontecimentos da época. (PDF indisponível)
| ||
As Razões do Coração | ||
A narrativa de Afrânio Peixoto revela as crises constantes enfrentadas pela sociedade carioca, devido à rapidez das transformações sofridas por um Rio que começa a ganhar ares de metrópole. No panorama da cidade desenvolve-se uma trama amorosa, daí o título do romance, mas também é um curioso documento da Belle Époque carioca. Num cenário em transformação explode a paixão e desenvolve-se o amor infeliz de Regina e Alfredo. (PDF indisponível)
| ||
Negociantes e Caixeiros na Sociedade da Independência | ||
Reunião de dois trabalhos diferentes que apresentam contribuições inteiramente originais para o estudo de nossa emancipação política. Na primeira parte, Lenira Menezes Martinho analisa o papel político dos caixeiros no movimento da Independência e início da Regência, englobando questões da cidadania e da mobilidade social. Na segunda parte, Riva Gorenstein aborda a questão do nepotismo e das origens das elites dirigentes do Primeiro Reinado, traçando o perfil social dos negociantes de grosso trato e do seu papel político na época da Independência.
| ||
O Garatuja | ||
Narrativa baseada em um fato verídico ocorrido em meados do século XVIII, na cidade do Rio de Janeiro. O Garatuja traz a marca da comicidade popular. José de Alencar faz meticuloso trabalho de recuperação de linguagem de época, apresentando as conversas das comadres, a troça dos "minoristas", as insinuações maliciosas da "regateira", os diálogos dos namorados. O autor também trabalha com a questão da manipulação das classes menos favorecidas pela classe dominante para a manutenção dos seus privilégios e, com irreverência, critica os costumes da época.
| ||
O Mundo de Machado de Assis | ||
O autor, Miécio Táti, admirador de Machado de Assis, tomou as obras deste como única fonte para constituir um panorama da cidade do Rio de Janeiro nos últimos decênios do Segundo Reinado. Através dos costumes e paisagens presentes nas obras do "bruxo do Cosme Velho", o autor nos leva a percorrer os bairros cariocas, conhecendo melhor o cotidiano do Rio, sua arquitetura, meios de transporte, festas tradicionais, os teatros da Corte, não faltando a magia da rua do Ouvidor. (PDF indisponível)
| ||
Lugares dos Mortos na Cidade dos Vivos | ||
As mudanças dos costumes fúnebres fazem parte das transformações mais amplas por que passava a cidade do Rio de Janeiro no decorrer do século XIX. A autora, Claudia Rodrigues, através de farta documentação, trabalha com atitudes e procedimentos da população em relação à morte e aos mortos. A morte ideal não deveria ser solitária, havia um ritual sofisticado. Porém, as epidemias de febre amarela e cólera tiveram um impacto profundo sobre a morte, que passou a ser desacompanhada, pois em primeiro lugar ficava a saúde física dos vivos, em detrimento da saúde espiritual dos mortos. E assim, os vivos expulsaram os mortos de seu meio.
| ||
Estação Rio | ||
Maria Augusta Machado reúne neste livro narrativas curtas que, por vezes, parecem contos, outras, crônicas. Nestas pequenas histórias, Maria Augusta é autora e personagem, aplicando humor e inteligência aos aspectos mais simples da vida. É um verdadeiro passeio no tempo e espaço cariocas, onde os personagens vivem emoções, mistérios e sentimentos contraditórios.
| ||
João do Rio: Catálogo Bibliográfico | ||
Obra de consulta, nela encontramos todos os títulos de João do Rio, elemento da tríade dos grandes intelectuais mestiços que ajudou a registrar e a formar o caráter carioca, juntamente com Machado de Assis e Lima Barreto. Esses dois últimos, já tinham suas obras catalogadas, enquanto as obras de João do Rio ainda não o tinham sido. Talento inegável, seu texto é uma demonstração de inteligência e amor ao Rio. Aborda todos os aspectos da vida carioca na Belle Époque: do buraco da calçada que a Prefeitura esqueceu de tapar aos caprichos da moda feminina; dos segredos de Estado à mente mórbida dos devassos e dos viciados. (PDF indisponível)
| ||
Desabrigo | ||
A narrativa de Antonio Fraga é marcada por cenas e diálogos rotineiros. Desabrigo se passa no Estácio e no Mangue e o uso da gíria é contínuo, apresentando a ‘voz do outro", da classe marginalizada. Foi publicado pela primeira vez em 1945 e ficou célebre por ter sido o primeiro livro publicado em gíria. Reeditado em 1990, ganhou ilustrações de Poty tornando ainda mais fascinante a sua leitura.
| ||
Papéis Velhos e Outras Histórias | ||
Machado de Assis é o retratista da cidade carioca do século XIX. Seus contos nos permitem conhecer lugares e costumes de outrora e recompor um espaço urbano hoje já desfigurado. Este livro reúne contos que destacam a presença do Rio e elege como assunto a humanidade e seus vícios atemporais, tema predileto do autor. Constitui um verdadeiro mapa do Rio antigo, da época da Conciliação, em meados do século, aos finais do republicano 1900.
| ||
Augusto Malta: Catálogo da Série Negativo em Vidro | ||
Instrumento de pesquisa desenvolvido pela equipe do Arquivo da Cidade. Trata-se de um catálogo contendo as produções fotográficas de Augusto Malta e Aristógiton Malta durante as três primeiras décadas do século XX. É uma documentação especial, pois, como fotógrafo oficial da prefeitura, Augusto Malta registrou várias atividades das gestões administrativas dos prefeitos do Distrito Federal. Este conjunto faz parte do acervo do Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro, sendo de extrema significação para o resgate da memória social e política da urbe carioca, devido às valiosas informações que contém. Pelo tipo de suporte é igualmente importante para a história da fotografia.
| ||
No Rascunho da Nação: Inconfidência do Rio de Janeiro | ||
Estudo inédito, escrito em 1983. Afonso Carlos Marques dos Santos empreendeu uma análise sistemática dos movimentos ou sintomas do inconformismo com o estatuto colonial no Rio de Janeiro, estabelecendo vínculos entre a Inconfidência Mineira e o Rio. Destacam-se três momentos: o clima de medo e repressão do governo do conde de Resende, quando estão presos no Rio os inconfidentes mineiros; o processo contra os inconfidentes do Rio de Janeiro, e a consciência dos colonos e o desenvolvimento do projeto de Império luso-brasileiro. Nessa conjuntura, vemos a história de homens que tentaram pensar a liberdade, esboçando a autonomia da terra onde viviam. (PDF indisponível)
| ||
Um Rio em 68 | ||
1968, ano marcado pela explosão de manifestações contra a opressão e consequente aumento e endurecimento da repressão. Este livro é escrito em primeira pessoa, são pequenos depoimentos e opiniões de pessoas que viveram aquele período. Mas o que se destaca são as fotografias, pois revemos o movimento das ruas do Rio no ano de 68 através de imagens de protesto e repressão. As fotos fazem parte do acervo do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. Através deste trecho, pode-se sintetizar a obra: "Não éramos nem melhores nem piores do que os jovens de hoje. Sentimos o raio da revolução cortar ao meio a laranja do mundo e desejamos ajudar a descascá-la para livrar a humanidade do bagaço do conservadorismo. É claro que não conseguimos, mas, como escreveu Alex Polari, foi muito bela nossa luta" Elias Farjado.
| ||
Dos Trapiches ao Porto | ||
Este livro constitui um trabalho denso e minucioso de investigação e análise da área e das atividades portuárias articuladas à expansão da cidade do Rio de Janeiro. Sergio Tadeu de Niemeyer Lamarão abrange um longo período, desde a época colonial até 1911, ano em que se inaugura a primeira seção das monumentais obras do porto, iniciadas em 1904, no governo Rodrigues Alves. O estudo da produção portuária foi feito correlacionando as mudanças, rupturas internas e os novos conteúdos espaciais na própria área, ou seja, a relação entre o desenvolvimento portuário e a dinâmica histórica global da cidade.
| ||
História da Cidade do Rio de Janeiro | ||
Segundo o próprio autor, esta obra pretendia ser um "pequeno compêndio moderno" para uso nas escolas primárias. Foi publicado originalmente em 1926, sendo reimpresso em 1990, momento em que a cidade do Rio de Janeiro comemorava 425 anos. Delgado de Carvalho apresenta aspectos do cotidiano da população carioca de maneira descritiva, impressionista, quase jornalística; mas este método não é utilizado em todos os momentos do seu livro, por vezes a história do Rio de Janeiro é a história dos seus governadores, vice-reis, monarcas, presidentes e prefeitos. De qualquer forma, é obra rica em informações e leitura recomendada para quem quer conhecer mais profunda e detalhadamente a história do Rio de Janeiro.
| ||
Crônicas do Rio | ||
A Coleção Biblioteca Carioca escreve a história desta megalópole através de textos dos escritores que nela nasceram ou viveram. Raul Pompéia é um deles. Neste livro, o autor de O Ateneu comenta o cotidiano da cidade: a política, as artimanhas dos governantes, os crimes, as atividades sociais e culturais, o teatro lírico, as danças, os cantos, os bailes, as festas populares, enfim, a vida na Corte. São crônicas saborosas que revelam um observador arguto e um intérprete das coisas do Rio à altura de uma urbe efervescente, então movimentada pelas lutas em prol da emancipação dos escravos e do regime republicano.
| ||
Avenida Presidente Vargas: Uma Drástica Cirurgia | ||
Como já se subentende pelo título, o livro monta um quadro histórico no qual se desenvolveu a construção da Avenida Presidente Vargas. A autora, Evelyn Furquim Werneck, deixa claro para os leitores a atitude dos que, no exercício do poder, se esquecem de como o ambiente se insere na personalidade da população que nele reside e partem para as transformações bruscas, tentando obter uma nova ordem, por meio da dominação. A violência vem encoberta pelos possíveis benefícios de conforto e saneamento. Enriquecendo este trabalho, temos um excelente apoio iconográfico.
| ||
Pereira Passos: Um Haussman Tropical | ||
Minucioso estudo acerca dos processos de reforma urbana ocorridos no início do século XX, de autoria de Jayme Larry Benchimol. A cidade ganha nova fisionomia no aspecto urbano, na política e na economia. Mas, se as demolições e aberturas de avenidas permitiram ao Rio de Janeiro atender às funções modernas de núcleo comercial, financeiro e administrativo, também implicaram a destruição de centenas de velhos trapiches, cais de madeira, quarteirões de casario colonial, modificando drasticamente o tecido urbano. Interesses divergentes mostram um período marcado por conflitos.
| ||
As Mulheres de Mantilha | ||
Joaquim Manoel de Macedo pretendeu construir um romance histórico, um texto que mostrasse para os leitores do século XIX, quando foi lançado, a vida do Rio de Janeiro nos idos de 1769, durante o vice-reinado do conde da Cunha. Circunscrevendo o enredo ao calendário das festas populares e tradições fluminenses do século XVIII, Macedo vai revelando ao leitor um grande painel do Rio de então. A cidade colonial é apresentada em minúcias (hábitos, costumes, mazelas, festas, vestuários...). No enredo, que engloba intrigas, paixões e amores impossíveis, Macedo denuncia as arbitrariedades do governo e os crimes impunes.
| ||
Entre a Estética e o Hábito | ||
Em "Entre a estética e o hábito: o Departamento de Habitação Popular (Rio de Janeiro, 1946-1960)", Flávia Brito do Nascimento disserta sobre a história da habitação popular no Rio de Janeiro no período de 1946 a 1960, incluindo os programas habitacionais e vários Conjuntos Residenciais como o Marquês de São Vicente na Gávea, de Vila Isabel, de Paquetá e o Conjunto Residencial do Pedregulho, que foi projetado por Affonso Eduardo Reidy para o Departamento de Habitação Popular da Prefeitura do Distrito Federal, na década de 1940. A pesquisa tem origem no Trabalho Final de Graduação da autora na FAU-UFRJ e no mestrado em História da Arquitetura e do Urbanismo no Instituto de Arquitetura da USP, e para realizá-la a autora vasculhou bibliotecas e arquivos públicos e privados, explorou revistas de época e publicações oficiais, localizou antigos funcionários do Departamento de Habitação Popular - DHP e colheu vários depoimentos e documentos inéditos.
|